domingo, outubro 22, 2006

283.ª etapa


TROFÉUS "VELOLUSO" - 5

E, neste percurso lógico, de que serviria haver
grandes corridas e grandes corredores se o público
não soubesse que existiam?
Se não houvesse quem contasse,

pela voz ou pela escrita, também com imagens,
o que aconteceu?
É onde entra a Comunicação Social.

Os jornais, as rádios e a televisão
que mostram e relatam e contam
todas as peripécias
de todas as corridas.


Provavelmente, e isso significará que continuo vivo e de saúde, mantendo esta iniciativa nos próximos anos – porque não? – não mais poderei, por razões que compreenderão, “escolher” para aqui A BOLA. Mas este ano sou livre de o fazer e a verdade, não escamoteável é que o Jornal do Bairro Alto soube fazer juz à tradição e foi o único OCS que cobriu, no terreno, se não todas – creio que se falhou uma ou duas – a esmagadora maioria das corridas que se realizaram no nosso país, e esteve ainda com 4 das nossas equipas na Volta à Extremadura espanhola. Sendo que estou a escrever sobre o meu “pelouro”, a única coisa que tenho a dizer aos colegas que ao longo do ano me substituiram é esta: eu não faria melhor. Recebi inúmeras manifestações de amizade, durante este tempo que estive ausente. Muitas palavras simpáticas mas, se se notou a falta do meu estilo (que é muito pessoal), não faltaram as boas crónicas nem perdemos terreno no que respeita a “sermos os primeiros a dar as últimas” (esta é do meu caro amigo Teixeira Correia). Junto aqui, porque os três destaques apontam para outros meios de CS, uma palavra de apreço para o trabalho do João Santos (O JOGO). Ponderado, nada dado a floreados (para não lhe chamar outra coisa) espectaculares, o João é, actualmente, um dos jornalistas que mais sabe de ciclismo. E sabe contá-lo.

RÁDIO CLUBE DE MATOSINHOS
No seu estilo muito peculiar, por vezes pouco ortodoxo, o meu caro amigo Márcio Santos (Kaká, para os amigos) tem a seu favor o facto de não falhar ma corrida. Às vezes tenho inveja dos ouvintes da sua rádio. Será pouco trabalhada a informação, mas ela existe e em cima do momento. É um caso evidente de paixão pelo ciclismo, o do Kaká, que já fez tudo dentro da modalidade. Dirigente, seccionista, “volante” de Serafim Ferreira durante muitos, muitos anos… e agora jornalista. Lado a lado com a Rádio Clube de Matosinhos, coloco a mui algarvia Rádio Gilão dos inseparáveis Luís Santos e Jorge Nunes. A Rádio Gilão faz aquilo a que se pode chamar um verdadeiro “serviço público” à medida da sua cidade e região, acompanhando as corridas da “sua” equipa, o Tavira. “Nome de rio, nome de rádio”, é a Gilão, pois!

RÁDIO VOZ DA PLANÍCIE (BEJA)

Para o meu segundo destaque também prevaleceu a paixão, nesta simbiose entre a modalidade e um “ferrenho” adepto, que é jornalista e dá o que tem e o que não tem em defesa da primeira. Falo do Teixeira Correia e da Rádio Voz da Planície, de Beja. No que diz respeito ao ciclismo, os dois, Teixeira Correia e RVP não se confunde, são uma coisa só. Alentejano dos sete costados, ele desdobra-se e parece que está em todo o lado ao mesmo tempo. A divulgação da Volta ao Alentejo é a “menina” dos seus olhos e não pára de criar novas e diferentes soluções para dar uma visão total da “sua” corrida. O Teixeira Correia empresta ainda os seus conhecimentos e muito original forma de estar à Rádio Oeste, de Torres Vedras (quando do Troféu Joaquim Agostinho) e ao GP Abimota, embora noutras funções. É uma figura incontornável no seio da CS mais directamente ligada ao Ciclismo. Tal como o Kaká, o Luís Santos e o Jorge Nunes. São os maiores.

RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA (RTP)
E temos a RTP, claro. Embora só nos dê a Volta a Portugal, é evidente que sem RTP todos ficaríamos a perder. Em relação a este ano tivemos uma realização espectacular, uma cobertura abrangente, e os habituais, sempre a propósito, pormenores que só o João Pedro Mendonça parece ver (para nosso bem) complementados com os profissionalíssimos comentários do Marco Chagas. E ainda, este ano em despedida, ao avisados complementos de reportagem do Orlando Rodrigues. Cheguei a pensar que ele optaria em definitivo por uma carreira jornalística… E fico-me por isto porque há outros pormenores dos quais acho melhor nem falar.

Não quero deixar de, nesta viagem pelo Ciclismo nacional, em balanço da temporada de 2006, enviar daqui um grande abraço e toda a minha solidariedade para o último dos velhos “dinossáurios” da Imprensa desportiva portuguesa. Ele tem no seu currículo mais de 40 Voltas a Portugal e um número incontável de presenças noutras corridas, de tantas que são as que ele cobriu e relatou para os vários jornais por onde passou, mas também tem muitos Mundiais de futebol e Jogos Olímpicos... Como ele mesmo me confessou, numa mensagem que muito me tocou, hoje é apenas um “velho” que está a ocupar um lugar na redacção. Vejam o que mudou na última década nos jornais. Há dez anos um jovem tinha que provar ser muito bom para conseguir entrar num jornal, e os “velhos” só saíam quando morriam. E percebe-se porquê, o manancial e conhecimentos que acumulavam era capital não desbaratável. Hoje valemos tanto como… nada.
Mas, meu caro GUITA JÚNIOR, enquanto houver homens com memória, o meu amigo estará sempre ao nosso lado.

(Continua)

2 comentários:

Nuno Inácio disse...

uuuuuuuuummmmmmmmm
Afinal as rádios locais sempre fazem um bom trabalho!!!
Os destacados merecem a nomeação.
Vamos lá ver é se não correm com as rádios locais do cilismo nacional...

mzmadeira disse...

Estão lá e seria tremendamente desonesto da minha parte ignorá-las. Mas não tem nada a ver, Nuno. Não mudo em nada a minha opinião...