segunda-feira, outubro 09, 2006

257.ª etapa


E SE NOS EMPENHÁSSEMOS TODOS NISTO?


Primeira nota:
estou a passar para aqui, para o VeloLuso, um "post" que esta tarde deixei no Cyclolusitano.
O Cyclolusitano, embora adivinhe que todos sabem o que é, é um dos poucos locais (um dia falo dos outros todos) onde anónimos (e outros que nem tanto) discutem a realidade do ciclismo português, e não só, e que podem visitar em www.cyclolusitano.com.

Segunda nota:
Um dos mais activos colaboradores do Cyclolusitano é uma pessoa com admiráveis conhecimentos do ciclismo português desde, pelo menos, a década de 70 do século passado. É Catalão e chama-se Josep Mumbru.

O Mumbro deixou, no Cyclolusitano, uma série de alíneas as quais merecem alguma reflecção no sentido de mudarmos alguma coisa no ciclismo actual.
Eu respondi, conforme pude, às questões levantadas pelo Mumbru e, como os temas são tão pertinentes, transcrevo aqui, tanto as questõers apresentadas como as minhas respostas.
Com uma promessa: vamos discutir aqui, ponto por ponto, cada um dos pontos que o Mumbru apresentou.
Atentem:

1 - Desfazer el Pro Tour.
- Estamos plenamente de acordo!

2 - Racionalizar calendario. Para mí es una locura el pretender que el circuito internacional de corridas no tenga fín: de enero a diciembre.
- O calendário ProTour é, de facto, sobredimensionado. O mesmo não acntece, por exemplo, com aquele que a nós, portugueses mais interessa. Acho que o nosso calendário está dentro daquilo que se pede.

3 - La internacionalización del ciclismo se ha hecho sin sentido de la realidad, llevando este deporte a muchos países donde no hay interés alguno, ni estructura ciclista decente alguna.
- Aqui… sinceramente não sei. Claro que um Tour do Qatar não é mais do que uma forma de a ASO ganhar bom dinheiro… Como não me dei ao trabalho de ir ver como é o calendário país a país, não sei.

4 - Eliminar las actuales categorías: convertir la pro Tour y Profesional en una sola: profesional.
- Perfeitamento de acordo. Nem mais. Recuperemos as I e II Divisões (à III já lá vamos…)

5 - Cuestionar si la continental no debería ser simplemente amateur.
- Exactamente! No nosso país só se opta por ser Continental (como já antes se optou pela III Divisão) apenas porque acarreta menores encargos, nomeadamente com os ordenados dos corredores. É impossível querer melhorar o ciclismo quando a maioria dos seus protagonistas ganham 350 ou 400 euros/mês.

6 - Dar libertad a las organizaciones de las pruebas a elegir que equipos participan.
- Fundamental!... Sem grandes equipas e sem grandes coredores não há grandes corridas e sem estas não há sonsors. Pior do que no fim do ano acabarem duas ou três equipas é acabarem duas ou três organizações. As equipas precisam de corridas, os corredores precisam correr…

7 - Igualmente libertad para que los equipos confeccionen la plantilla con corridores de la edad que sea.
- Os portugueses não terão percebido bem esta qustão, mas eu explico: na Meta2Mil da semana passada foi lançada a discussão que opõe, neste momento, equipas e RFEC pois esta limitou a 1 (UM) o número de corredores com mais de 27, por equipa Comtinental.

8- Reducción de Giro y Vuelta: de tres semanas a quince días. y estudiar la reducción del Tour a ese mismo periodo de jornadas.
- Outra discussão lançada no Meta2Mil, ainda no decurso da última Vuelta. Em bora admitindo que o Tour possa continuar a ter 22 dias, muita gente advogava a redução do Giro e da Vuelta para apenas três fins-de-semana. Sou aaz de concordar, até porque quem defendeu isto foram alguns dos nomes mais sonantes, de hoje e de ntem, no pelotão internacional. E eles saberão melhor do que ninguém das vantagens deste redimensionamento destas duas provas. Mas em Portugal há uma corrente que luta pelo alargamento da Volta. Às vezes gostamos de ser do contra!...

9 - Eliminar las crono por equipos de las vueltas: son antinaturales, pues las corridas se disputan bajo tiempos individuales y la crono por equipos no.
- Não sei!... De facto os contra-relógios por equipa desiquilibram a balança na maioria das vezes. Mas não deixam de ser bons momentos de espectáculo. Podiamos ficar pelo meio termo: realizam-se mas os seus empos não contam para a classificação individual, só para a por equipas…

10 - Contratos de dos años a todos los corridores que vengan del campo amateur.
- Isto, em Portugal, pelo menos, já é obrigatório…

11 - Eliminación de médicos personales.
- Este caso é traiçoeiro. Seja lá com que intensões for, uma medida destas colidiria com a liberdade individual de escolher o seu próprio médico. E os que o têm não confessarão nunca que é com outra intensão que não a de o apoiar mediamente. É um direito inalianável.

12 - Seguimiento riguroso de los médicos de equipo .
- Aqui não sei se o Mumbro se refere ao seguimento, por parte dos médicos, de todos os corredores da equipa, se é algo muito diferente, que seria mais ou menos como… controlar os médicos. É a diferença de expressões entre o castelhano e o português que me deixa na dúvida. De resto, isso (a primeira parte da questão que eu mesmo pus) já devia estar a acontecer pois por isso é obrigatório para as equipas ProTour e profisionais terem um médico (pelo menos) a tempo inteiro.

13 - Equiparación de sanciones por parte de todas las federaciones nacionales y equiparación en el método de trabajo con respecto a la lucha contra el doping. Aligerar los trámites de posibilidad de recursos cuando un corridor da positivo. Ley de tolerancia cero en todos los países: equiparación de las leyes de cada país a las ya existentes en Francia o Espanha.
- Muito importante. Muito mesmo. Para não acontecerem casos como já aconteceram de um corredor ser sancionado pela UCI com uma pena e pela sua deferação nacional com outra, diferente. Ou um corredor mudar de federação para poder beneficiar do facto de as leis destas serem mais… macias.

14 - Prohibición de tener cualquier tipo de relación con el ciclismo de categorías inferiores a todo ex-corridor, director o técnico en general que se hay visto envuelto en casos de doping.
- Com esta ideia, o Mumbru deixa de fora eventuais “arrependidos”. Eu quero acreditar que um corredor, até porque eventualmente terá experimentado produtos não permitidos, possa mudar de ideias e dedicar-se aos mais jovens partindo logo desse princípio: evitem o doping!

15 - Fomentar el ciclismo de base (infantiles , cadetes-juveniles, creo que le llamais en Portugal - y juniors), mediante la creación de circuitos para entrenos, ante la imposibilidad de entrenar en las zonas urbanas.
- Excelente ideias. Os mais jovens, sobretudo, deviam ser protegidos do perigo que é treinar numa estrada cheia de camiões. Já gora, todos mereciam poder treinar nessas condições de excelência.

16 - Equiparación del tratamiento (a todos los niveles) del ciclismo femenino con el masculino, como sucede en el atletismo o en el tenis.
- Aqui não percebo onde o Mumbro quer chegar, mas os exemplos não foram os melhores. Ainda não há muito que li que as tenistas continuam a bater-se por terem prémios iguais, nos grandes torneios, àqueles que os colegas homens auferem…

17 - Limitar las disputas de sprints masivos en las vueltas a solo los velocistas y sus lanzadores: dos kilómetros antes de meta el resto de corridores del pelotón sería desviado. Así se evitarían muchas y graves caídas.
- Ora cá está uma ideia revolucionária que, no entanto, não é original. Isso já acontece. Voltarei ao tema.

18 - Eliminar para siempre las bonificaciones: no es cierto que no tengan influencia en la general. Corridores han perdido una gran vuelta por las bonificaciones.
- Cada vez há mais corridas sem bonificações. A Volta ao Alentejo, por exemplo, este ano foi decidida pelo famoso método do “puntógrafo”…

19 - Y, para Portugal: disputar la Volta del Futuro en las mismas jornadas que la Volta a Portugal, corriendo las mismas etapas (o una parte de ellas, con idéntico final, dos o tres horas antes de la vuelta "mayor"). Mucho más público vería la corrida joven.
- Bem visto. E não seria muito díficil…

20 - Igualar el número de corridores de las selecciones en el mundial: 8 por selección, por ejemplo.
- Justíssimo!

21 - La supresión del contacto por radio del director de equipo con todos sus corridores: tan solo debería ser con el capitán de ruta. Las corridas se están diseñando por los directores en su coche de equipo. Y los ciclistas ya no toman iniciativas: son como robots.
- Pois é o maldito “pinganillo”. Já me pronunciei sobre isso e também concordo que está a limitar um pouco o ciclismo espectáculo.

22 - La supresión del fuera de control: un corridor se va fuera por llegar 1 minuto fuera del horario, pero 60 se quedan aunque entren 10 minutos fuera del tiempo.
- Mumbro, mas a corrida tem que acabar… E não podemos permitir o que aconteceu, por exemplo, na Volta ao Algarve do ano passado. Embora tenhas razão. O “castigo” é o mesmo para quem chega 30 segundos após o horário limite e para que se prepara para chegar mais de meia hora depois. E se não houvesse controlo… não será que muitos passariam a correr para trás?

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