segunda-feira, outubro 16, 2006

269.ª etapa


NÃO É UMA TRAGÉDIA NÃO TER O PRINCIPAL BENFICA EM TODAS AS CORRIDAS

Como “extensão” do artigo anterior, retomo o tema-Benfica.
Vamos lá ver, o que está aqui em discussão não é a possibilidade ou não de o Benfica fazer todas as corridas do calendário nacional. Se fosse esse o primeiro desejo dos seus responsáveis, não teriam inscrito a equipa como Profissional Continental.

O Benfica quer retomar a rota das estradas europeias, tendo previstas participações (ainda algumas) muito para além dos Perinéus. Espanha é sempre destino lógico, pela proximidade, mas é do conhecimento público que na agenda dos encarnados estão também participações em corridas em França, no Luxemburgo – nem quero imaginar o que poderá vir a acontecer, com tantos portugueses a viverem no Grão-ducado – e também na Suíça.
Com o plantel mínimo de 14 corredores, com o desgaste que se adivinha e se irá acumulando ao longo da temporada, não vai ser tão fácil assim para o Orlando Rodrigues fazer uma gestão equilibrada dos seus efectivos.
E ainda há uma corrida por mês para disputar em Portugal.

Ora, há-de haver alturas em que, com uma equipa a correr em Portugal, e com outra a prepara-se para um qualquer compromisso no estrangeiro, correr uma terceira prova – às vezes tudo no espaço de uma semana – implicaria que Orlando Rodrigues não poderia conceder períodos de repouso a parte do seu grupo de trabalho. Porque, olhando para o plantel encarnado, se é perfeitamente possível identificarmos dois ou três chefes-de-fila, nos quais Orlando Rodrigues irá apostando à vez, podendo os outros ficar a fazer uma gestão de esforços, já quanto àquilo a que chamo o núcleo duro, os homens de trabalho, os sapadores, aqueles que vão ter de proteger o sei líder, controlar a corrida dos adversários e puxar no pelotão para anular fugas, esses, e conforme a importância da prova e os objectivos da equipa, nessa mesma prova, pouco poderão descansar. Ainda assim, vão ter que descansar.

E chegamos à conclusão de que, só com 14 corredores, nas corridas do calendário nacional o Benfica dificilmente poderia apresentar mais do que dois ou três corredores da equipa principal, de cada vez. Aliás, a equipa de sub-23 nasce exactamente para colmatar a falta de efectivos na equipa Profissional

Entretanto, e quanto à posição da Federação Portuguesa de Ciclismo, como escrevi logo no artigo anterior, no aspecto regulamentar não há nada a apontar. Os regulamentos, neste caso particular do Benfica (deste Benfica) já existiam ainda antes de a equipa ter começado a estruturar-se.
A questão é que o retorno do Benfica à estrada, ainda por cima com nomes como o e José Azevedo na equipa, levantou de imediato uma imensa curiosidade por parte da affición, adeptos do clube da águia ou não. E o que agora está a passar-se – e ainda bem que é atempadamente – é que ficará alguma frustração em muita gente por cair na realidade e perceber que, em muitas corridas lá estarão as camisolas vermelhas, mas não os principais nomes da equipa.

Mas há outra situação que a mim me parece ainda mais delicada…
Falo dela já a seguir.

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