sábado, outubro 14, 2006

266.ª etapa


BEN DAY VENCE, NA AUSTRÁLIA, ETAPA PARA O BOAVISTA


Não posso, e não quero, deixar passar em claro a excelente vitória do australiano naquela que, provavelmente será a última corrida que faz com as cores da Carvalhelhos-Boavista. Benjamin Day venceu, ontem, sexta-feira, a 6.ª etapa, um contra-relógio individual, da Jayco Herald Sun Tour, uma das mais importantes corridas do hemisfério austral.
Excelente contra-relogista, Ben Day teria sido sempre um trunfo da equipa do professor José Santos não fora o paradoxo de, em Portugal, e durante toda a temporada, só ter havido... três contra-relógios. Dois, se tivermos em conta que o terceiro foi o respectivo Campeonato Nacional no qual, obviamente, Ben Day não podia correr. Foi 3.º, no campeonato australiano.
Por cá, foi segundo no crono da Volta ao Distrito de Santarém e 3.º no da Volta a Portugal.

Já agora, aproveito.
Voltando ao paradoxo de, campeonato nacional à parte, só termos tido dois contra-relógios em toda a temporada, bem que os organizadores se podiam... organizar (passe a redundância) de forma a que, pelo menos, prova-sim-prova-não houvesse lugar para o exercício individual contra o relógio. Não era difícil e podia pensar-se numa rotatividade. Quem realizava num ano estava dispensado de o fazer no ano seguinte, quando isso seria obrigatório para os que o não tinham feito no primeiro ano.
As organizações têm toda a legitimidade para eleger o traçado que mais lhe convém, mas convém não esquecer o que é melhor para o ciclismo português, no seu todo.

É isso e o facto de, tendo nós, no espaço continental de Portugal, apenas uma montanha com um coeficiente de dificuldade que se pode comparar a outras, lá fora - estou, claro está, a falar da subida à Torre - é ridículo que só na Volta a Portugal... se passe lá perto.
Podem falar-me da intensão de não banalizar a subida. O que é uma desculpa esfarrapada pois, mesmo para provas que não a incluem (que são... TODAS), as equipas não dispensam ir uns dias até à serra da Estrela para darem treino aos seus trepadores.

Não seria motivo para dar visibilidade a um corredor poderem os OCS dizer, ou escrever, que o Corredor-Fulano-de-Tal "ganhou este ano as duas (ou três) chegadas à Torre"? Mesmo que esse corredor não ganhasse mais nada era o suficiente para fazer mais um heróis do nosso ciclismo. Ou acham que já temos "heróis" a mais?
Eu não acho!

E porque é que no rol dos vencedores na Torre apenas há dois corredores que ali ganharam... duas vezes (Agostinho, em 1971 e 1973; Joaquim Gomes, em 1992 e 1994)?
Pois, se só lá se vai uma vez por ano... e nem é todos os anos...

1 comentário:

Jorge-Vieira disse...

Viva amigo Madeira:

Isto que acaba de escrever aqui nesta etapa, só retrata o ciclismo que vamos tendo por cá.... e acho que nem vale detalhar mais, tá lá tudo escrito.
Um abraço