sábado, agosto 04, 2007

749.ª etapa


GARRIDA CONFIRMAÇÃO
SALPICADA COM ALGUMAS SURPRESAS

Atrasei-me.
O facto de ontem, muito cedo, pela manhã, ter tido de me deslocar para mais uma visita ao médico, o que acabou por se reflectir num extremo cansaço pela noite, e o ter acreditado que hoje poderia lançar aqui as minhas previsões acerca do Prólogo, acabou por ter como consequência o não lançamento deste primeiro dia de Volta.

Dizer agora que concordava com a maioria das previsões, que apontavam Martin Garrido como grande candidato, pode parecer… de conveniência.
Mas concordava.

Enganei-me.
Desde que Xavier Tondo venceu o Prólogo do Troféu Joaquim Agostinho que fiquei de escrever aqui aquilo que não vi escrito em mais lado nenhum.
E que confirmei, quando no passado dia 15 de Julho dei um saltinho a Torres Vedras.
Homem experiente, estratega acima da média, Manuel Zeferino reajustou – pelo menos teve isso em consideração – a ordem de saída dos seus corredores contando com o facto de, em toda esta zona que vai desde o estuário do Tejo – onde moro (por isso sei-o bem) – à costa atlântica, de Peniche à Ericeira, a partir do meio da tarde soprar, dia dim-dia sim, um vento cada vez mais forte à medida que o dia se escoa.

Por isso “separou” o Tondo dos outros possíveis ases com os quais contava.

E pô-lo a correr logo no início da etapa, quando havia menos vento.
Espero que o Xavier não leia isto – e os companheiros que lerem, que eu sei que tenho fãs na equipa da Maia – não lho digam! Mas estou em crer que não era exactamente ele o trunfo para o Troféu Joaquim Agostinho. Reparem que o João Cabreira, que saiu quase no fim, mesmo com vento fez o segundo lugar. E seria tão capaz como o Tondo de se bater em Montejunto. Jogada de mestre do Manel Zeferino… Jogada ganha e depois foi segurar o jogo. Deu certo.

Mas escrevo isto porquê? Porque vi quase toda a gente a indicar o Xavier Tondo como primeira opção da Maia para esta Volta. E, desconfiado, eu não o teria feito, se tivesse… feito um lançamento da Volta atempadamente.
E enganei-me porquê? Porque o Xavi – rapaz por quem tenho grande respeito – hoje mostrou que, se calhar, eu estou para aqui a ver tácticas onde elas não existiram. Fez segundo. Resultado bem mais surpreendente que a vitória do Martin Garrido, convenhamos.

Mas passemos de imediato ao Prólogo desta 69.ª Volta a Portugal.
Houve surpresas sim senhor, e destaco duas.

O 4.º lugar do Tiago Machado (Riberalves-Boavista) – até onde será capaz de ir este jovem? – e o 7.º de Oscar Sevilla (Relax-GAM).
Eu estava em Madrid quando Sevilla foi praticamente trucidado no crono final – que terminou no Estádio Santiago Bernabéu – por Aitor Gonzalez e, tendo saído para a última etapa de dourado, viu o basco ganhar a Vuelta.

Que é muito forte na montanha, todos o sabem… que até tentasse o impossível no crono final… vá que não vá, mas empregar-se assim no Prólogo… para mim foi surpresa.

Atenção que, e como eu ontem escrevi, a Relax acabou por conseguir um convite da Vuelta mas tudo indica que nem Sevilla, nem Mancebo, nem Hruska corram a prova espanhola. Suarez Cuevas quererá, antes de mais, não hostilizar a organização (se é que o convite não chegou exactamente só depois da promessa de os não incluir na equipa), por isso pode acontecer que o manchego esteja de raiva em Portugal. Atenção a isso!

O resultado de José António Pecharroman (como é que se chama a equipa? Sagres-Benfica?) também me surpreendeu. Mas por confesso desconhecimento do que ele vale nos contra-relógios.
Mas não se esqueça que já venceu uma Volta à Catalunha.
Ou Semana Catalã?... Foi uma destas.

Resumindo, lançados os primeiros dados, aparecem na frente nomes que daqui a 15 dias ainda devem estar na frente, se nada de anormal acontecer. Agora… qual será a ordem, isso é que é impossível dizer desde já.

Mas esta Volta começou extraordinariamente bem.

… tirando a rábula da “carta de ética” (foi assinada?) e dos controlos prévios a todo o pelotão.
Mas terei tempo para escrever sobre isso.
Por acaso, a minha volta ao médico vai coincidir com o dia de descanso.

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