terça-feira, agosto 07, 2007

763.ª etapa


INFELIZMENTE…
O QUE AÍ VEM NÃO É NADA AGRADÁVEL.
(Para ninguém!...)


1. Comecemos, aqui, pelo princípio.
Não sabemos porquê – por culpa da RTP que bem o podia ter explicado que todos compreenderiam – mas hoje o João Pedro Mendonça e o Marco Chagas ficaram nitidamente pregados por falta de imagens em directo.

Às vezes acontece, e eu já vivi Voltas de mais para o saber que a corrida se adianta ao horário previsto apanhando os helis ainda em terra…
Não foi o caso de hoje.
O que aconteceu então?

Porque quem está a ver não tem, obrigatoriamente, que ser completamente estúpido – embora nisso o possam transformar (estou a falar de mim!...) – de alguma forma, hoje, sobretudo e por falta de informação, fiquei pendurado.
Mas não fui só eu. Foram aqueles milhões todos que, daqui a dois, dias a mesma RTP virá mostrar, orgulhosa, como o share que teve esta tarde. Ok...

O pior, e eu sou o primeiro a lamentá-lo, é que, fosse qual fosse o motivo que levou à repetição – um pouco mais e era na íntegra – da etapa de ontem, e depois ao esticar até ao não posso mais da reportagem feita antes da partida, não chegou para esconder que aconteceu ali uma falha.

E nem o João Pedro nem o Marco recuperaram desse tirar o tapete debaixo.

Desde o “António” Barroso (em vez de Paulo, claro!), ao ASC-Vila do Conde… caramba! A equipa mudou de nome há DOIS ANOS… passando pelo esquecimento do Celestino Pinho nas contas da Geral da Montanha,somaram-se as... imprecisões. Para não lhe chamar outra coisa.

Parecia que, ao mesmo tempo que o João Pedro e o Marco estavam a fazer, narração e comentários… alguém estava a varrer a sala e a limpar o pó… impedindo-os de ver, e de se concentrarem na emissão.

Como, noutras alturas, aqui deixei o meu testemunho – valha lá ele o que valha – de apoio e reconhecimento, quanto ao valor, do trabalho desta dupla… hoje (até porque nesta Volta ainda não aconteceu uma prestação ao nível daquilo a que estávamos habituados, é um facto, o que potencia a minha crítica) parecia que estávamos perante dois pára-quedistas, nisto do Ciclismo.
O que, é evidente, eu sei que não são.
Antes pelo contrário.
Um dia mau qualquer um tem.

Agora, é azar, numa equipa de dois, coincidir no mesmo dia o tal… dia mau.
Aceitemos que foi isso.
E que amanhã tudo voltará à normalidade.

2. O ano passado aconteceu bronca numa destas chegadas em circuito.
Foi em Fafe.
Primeiro, não só não foi respeitada a distância mínima para este tipo de chegadas – com a consequente confusão de juntar no mesmo percurso quem entrava de novo e quem já completava a segunda volta – como os panos que assinalam a aproximação à meta estavam montados desde manhãzinha.
O que enganou nem mais nem menos, logo quem ia à frente.

E recordo o Ricardo Mestre a levantar os braços como se já tivesse ganho a etapa. Por acaso ganhou, mas teve de correr ainda mais oito quilómetros.

3. Este ano, pelo menos hoje, isso já não aconteceu.
O que é que não aconteceu?
O facto de os panos de aproximação à meta induzirem os corredores em erro.
Mas foi pior a emenda que o soneto!

Na derradeira passagem dos corredores, a informação que devia estar pendurada nos pórticos… era mostrada por um pobre funcionário que a exibia à altura da sua cintura!
Vamos lá ver…

Eu sei que, e com as características que esta etapa tinha – que por acaso os corredores até diluíram – seria apertado prever o içar de escadas para plantar as faixas dos 15, 10, 8, 5, 3… do último quilómetro no sitio onde deveriam ter estado… MAS TINHAM QUE LÁ ESTAR.

Não é má vontade, não é mau feitio, não é nada disso.
É que, uma vez mais, a Organização falhou.
Falhou e encontrou uma forma de redimir esse falhanço perfeitamente caricata.
Vergonhosa mesmo. No sentido em que nos deixa a todos envergonhados.
E eu vou limitar-me a UM facto. Mais uma muito séria chamada de atenção.
FACTO: não estava assinalada, regularmente, a aproximação dos corredores à meta.
Pôr um podre coitado com uma placa a dizer 4 QUILÓMETROS ao lado do pórtico não só é anti-regulamentar como pode, em situações extremas, levar à deturpação da verdade da corrida.

Agora imaginem o que seria se eu, mais três ou quatro amigos, arranjássemos umas placas iguais e as mostrássemos ao pelotão… onde nos apetecesse.
Mostrar a placa dos 4 KM aos seis… a dos 3 KM, aos 5… a dos 2 KM aos três.

Depois, é OBRIGATÓRIA a indicação da entrada no último quilómetro.
Tal como as outras… não estava lá.

Há 15 dias, menos do que isso, pudemos ver como o pelotão do Tour passou sete vezes sob o pórtico do último quilómetro, sem indicação nenhuma, mas que, durante os sete quilómetros e picos que tinham que percorrer, lá foi posto o triângulozinho vermelho (como manda o regulamento) antes da última passagem.
É OBRIGATÓRIO!

Como é OBRIGATÓRIO que, em qualquer corrida que passe pela linha de chegada, na última vez que lá passe – que pode ser a primeira, como foi o caso, mas faltando ainda uma volta – antes do que venha a ser a chegada final, É OBRIGATÓRIO, repito, que toque uma sineta.
Aquilo não é folclore, não é só… giro, para as televisões mostrarem. É OBRIGATÓRIO.

A PAD/JLSports NÃO ACERTA com a coisa dos circuitos.
E, caramba!... Vá lá!... É tão difícil assim?
Não me parece.

E, se a imagem que nos fica – essa de ver um funcionário, de uma empresa profissional, a segurar nas mão as placas indicadoras do quanto falta para a meta – até pode ser gozada (parece que a Volta é uma domingueira clandestina), a falta da sineta, por outro lado, deixa a descoberto uma arrepiante realidade: NÃO HÁ, naquela estrutura organizativa, QUEM CONHEÇA OS REGULAMENTOS!

1 comentário:

guerero disse...

O pior é que há lá pessoas que conhecem o regulamento porque é que não o fazem cumprir esse já é outro ponto.