quinta-feira, agosto 30, 2007

831.ª etapa


MAS QUEM É QUE TEM O DIREITO DE DIZER...
"ESSE" NÃO QUERO!

Leio que a União Ciclista Internacional (UCI) vetou a presença do espanhol Alejandro Valverde nos Campeonatos do Mundo. Isto, ao mesmo tempo que se prolonga o suspense sobre a participação, ou não, de Erik Zabel na mesma competição.
Mas a mim não me interessam nomes. Sim atitudes.

A UCI tem um Conselho de Disciplina… que é suposto analisar e julgar os casos que, putativamente, violem as regras da modalidade. Que regra violou o Valverde?

Não, não posso aceitar meras suspeitas.
Quando há uma suspeita acciona-se um processo disciplinar.
Este é tratado pelo Concelho de Disciplina e… mediante os argumentos apresentados, quer pela defesa, quer pela acusação… decide-se.

Ninguém, em pleno século XXI pode ser “condenado” por… suspeitas.
Há alguém – neste caso um organismo, ou uma secção desse organismo – que tem o dever de apurar a verdade e, só depois de ter chegado a conclusões não refutáveis… declarar uma pena.

Não aceito – e creio que a maioria dos Homens de Boa Vontade concordarão comigo – que haja alguém, sustentado por… nada, diga:

Este corredor, não! Não o queremos: esta equipa não, não a queremos.

As equipas, as do ProTour… têm 25/27 corredores. Seguindo a mesma política que levou a douta UCI a dizer não, não queremos o Valverde… a Vuelta – porque é a prova que se segue – poderia dizer… não queremos este, aquele e aquele corredor.

Não que eu concorde com estas decisões atentatórias à presunção de inocência, mas, pelo menos, não “matavam” a oportunidade de se apresentarem numa grande volta aos outros… 24 ou 25 corredores da referida equipa.

E tudo isto nasce a partir da total desorganização interna da UCI.
Eu já o escrevi aqui e não me importo nada de o repetir.
Hoje, agora, a UCI perdeu totalmente o controlo sobre o Ciclismo.
Com alguns tiros bem em cheio no próprio pé.
Em relação ao doping, desde há alguns anos que está institucionalizada outra organização, a AMA. Logo, o que a UCI teria que fazer era… pressionar a AMA para que esta mostrasse o trabalho para o qual os seus elementos são pagos.

Há dopados? Penalizem-se!...

Ficar a meio caminho, quando um corredor nunca foi apanhado num controle anti-doping e é… vetado pela sua própria federação internacional (sei lá… eu se calhar até aceitava que a AMA tivesse dito… “temos suspeitas sobre o Valverde… por isso não corre…”, se calhar – porque partiria do princípio de que estava a ser, de facto, um trabalho de investigação… credível -, se calhar eu nem dizia nada.

Agora… é assim.
Nem a AMA apanhou o Valverde para além do risco. Muito menos a UCI… então… porque é que o Valverde vai ser queimado na fogueira destes inquisidores do século XXI?

Eu só não vou mais além porque… digo eu, estas atitudes persecutórias poderiam ser discutidas num fórum que se sobrepõem a todos estes arremedos de Comissões.

E porque é que a federação espanhola fica queda e muda perante esta atitude da UCI?

Um dia destes serei desmentido por notícias concretas que penalizam, de facto, e assentes em processos judiciais normais (digo, democráticos) e que darão razão à UCI.

Estavam comprometidos os nomes vetados.
Então, e insisto, porque é que não funcionou a estrutura disciplinar interna da mesma UCI?
É uma boa questão, não é?
Mas eu não sou desta guerra.

A UCI JÁ NÃO MANDA NADA no Ciclismo.
Não vendeu a alma, foi pior do que isso… vendeu bocadinhos da alma a diversos compradores. E ficou refém deles.

Valha aos seus membros – vergonha para eles – que os deixam continuar como estão. Avença choruda e cartão de crédito ilimitado.

Porque raio haveriam de querer reendireitar o Ciclismo?

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