terça-feira, agosto 07, 2007

762.ª etapa


CÂNDIDO CUMPRE "AMEAÇA"
MAS TODA A GENTE TRABALHOU

Começo pelo fim: não concordo que tenha sido atribuído a todo o pelotão o tempo registado por Cândido Barbosa, hoje, na chegada a Gouveia. Hoje em dia, quando os juízes de chegada já têm auxiliares tão precisos como o registo de passagem dos corredores, através do transponder, não percebo como é que, num espaço onde cabem bem cinco bicicletas não há um corte de tempo.

Claro que dou o benefício da dúvida a quem está a fazer o trabalho…
mas a olho nú, eu decidia ali um corte.
De resto, esta foi uma etapa “contra” – ou com um desenrolar “contra” – os observadores.

Ninguém dava um chavo pela liderança de Martin Garrido… e a verdade é que ele amanhã voltará a sair de amarelo;
já se traçavam múltiplos cenários e… (quase) tudo ficou na mesma;
perspectivava-se alguma “guerra” entre as equipas que aspiram à vitória final e o que vimos foi, mesmo que separados temporalmente, todas as equipas interessadas a trabalhar, cada uma com o seu timming o que redundou num controlo perfeito da corrida.
Sob o seu - delas - ponto de vista, claro.

A transmissão televisiva, no que respeita ao directo, atrasou-se.
Só nos deu imagens já na aproximação a Manteigas, numa altura em que procurávamos colher o maior número de informação possível havia um sexteto de fugitivos – que terá chegado a ter uma vantagem de quase 16 minutos – e o que ficou na retina foi a mancha verde da LA-MSS-Maia a marcar o andamento na subida até às Penhas Douradas.
Curiosamente, a partir do alto, e durante toda a descida, o verde mudou para o azul carregado da Liberty Seguros. Em ambas as ocasiões cada uma das equipas mostraram-se tão empenhadas nesse trabalho o quanto o justificará a chamada à cabeça do pelotão de todos os seus efectivos.

Entretanto, sei que também o Benfica, e mesmo a DUJA-Tavira, numa fase inicial da etapa, se aplicaram na gestão da perseguição… óptimo. Temos corrida!
E eu acho que é, de facto, esse o aspecto a destacar.

Estamos a ter uma Grande Corrida. Parece que o aparecimento do Benfica não deixou de abanar um pouco com a ordem estabelecida. E, tanto a LA-MSS-Maia, como a Liberty Seguros, apesar de não ser possível ignorar as marcações mútuas… se sentem um pouco mais espevitadas. Com medo – este medo é relativo, é claro – dos encarnados?

Pois que lhes fica muito bem terem, não medo, mas respeito por um adversário com um peso específico bastante alto.

É impossível deixar de aqui sublinhar a corrida extraordinária, tendo em conta as suas características, que o argentino Martin Garrido - e a DUJA-Tavira - está(ão) a fazer.

Gostei das palavras sinceras do Vidal Fitas quando a reportagem da RTP o inquiriu se não estava a aplicar a equipa, porque não podia... ou porque não queria.
O Vidal respondeu "loud and clear": porque não quero!
Em termos de acção psicológica sobre os adversário... foi de mestre.

É que ninguém pode, e confessem-no a bem da verdade, dizer, neste momento, até onde esta DUJA-Tavira pode ir.
Muito bem, o Vidal Fitas. Mesmo que no bluff!
Mas isso faz parte do jogo.

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