sábado, agosto 11, 2007

778.ª etapa


A SOMA DE SETE ETAPAS BONITAS…
NÃO DÁ UMA VOLTA BONITA!...
(Assumam-se!...) – I


Fui dos primeiros a escrever que gostava do traçado desta Volta, idealizado e posto em prática pelo Joaquim Gomes com, teoricamente, mais dificuldades e menos espaço para o enrolar da manta por parte do pelotão.
E não foi só a mim que o itinerário desta 69.ª Volta a Portugal agradou, tendo em conta os inúmeros elogios que fui lendo e ouvindo…

Rapidamente esquecemos a Volta do ano passado.
Uma coisa chata… Em que todos os dias houve um vencedor diferente… Em que todos os dias a Camisola Amarela mudou de dorso, com a indefinição quanto ao vencedor final pendurada até às últimas pedaladas… do crono final. Ao décimo dia.

Este ano não! …
As coisas iriam ser diferentes, alargado o leque das equipas com candidatos ao triunfo final ia haver guerra.
E nós pelamo-nos por uma boa guerra, desde que não seja a nossa pele que vai ser posta em risco…

Ainda por cima, este ano recuperávamos a chegada à Torre, na Serra da Estrela.

E cada um esticou ou reduziu o número de candidatos, conforme a perspectiva sob a qual olhava a corrida.

O Prólogo marcou algumas diferenças, tanto que um sprinter puro, como o é Martin Garrido (DUJA-Tavira), conseguiu manter a Camisola Amarela mesmo depois de uma primeira passagem pela… Serra da Estrela!
Ele é um dos heróis desta Volta; vamos ver se se lembram dele no balanço final.
Mas o ano passado houve nove vencedores diferentes, para as dez etapas… e nove líderes diferentes, com a Camisola Amarela a mudar de dono todos os dias.

Outro dos que já fez o suficiente para merecer ficar na história desta edição da Volta é o jovem André Cardoso (Fercase-Rota dos Móveis)…
O rei da montanha. Que o merece ser, pelo menos até agora.
Tem ido à luta, tem corrido riscos… tem sofrido.
Não se sabe qual o preço da factura que poderá, mais dia, menos dia, vir a ser cobrado, mas ninguém vai poder dizer que ELE não fez pela vida.

Claro que o outro HERÓI com lugar marcado nesta Volta 69, aconteça o que acontecer, é Cândido Barbosa (Liberty Seguros).

Há três anos que é candidato ao triunfo final.

Em 2005 foi surpreendido, como todos, por um russo com o qual ninguém se preocupou; que se adiantou ao grupo dos principais favoritos no início da subida para o alto da Serra da Estrela, a partir do mesmo local de onde, depois de amanhã, se atacará a subida para a Torre… e chegou ao Fundão com a Volta ganha. À terceira etapa.

O ano passado, no veste-e-despe da Camisola Amarela, com a preocupação lançada com o triunfo do jovem João Cabreira (Maia) na véspera, na Senhora da Graça… ninguém ligou aos segundinhos que David Blanco ganhou na chegada à Guarda e depois o galego ganhou a Volta no crono final…

Este ano, depois de lhe terem começado a fazer o “enterro” só porque não ganhou as chegadas ao sprint em Beja e em Castelo Branco… ganhou as outras três etapas que se seguiram. Duas delas com a meta a coincidir com contagens para o Prémio da Montanha e, se a primeira, em Gouveia, até já nem era novidade para o Foguete da Rebordosa, a terceira foi na… “grande novidade” desta Volta.

Até agora, o grande flop!

Não merece ser contagem de 2.ª categoria e o facto de ter sido discutida ao sprint diz tudo. Não vale a pena entrarmos por tentativas de explicações académicas.

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