domingo, agosto 05, 2007

751.ª etapa


NÃO É O PRIMEIRO... É O ÚLTIMO TESTE
EM TERMOS DE ALINHAMENTO DE INTERESSES

Vamos lá a ver se eu me engano…
Hoje corre-se a primeira etapa desta 69.ª edição da Volta a Portugal e, porque SIM, ou por azar, é a DUJA-Tavira que sai de amarelo.
O Prólogo ditou, contudo, diferenças mais significativas do que aquilo que se esperaria.
O problema é que não se esperava nada, porque não estávamos habituados.
Claro que o Prólogo ditaria diferenças.

A etapa de hoje, practicamente igual à do ano passado, só é diferente porque JÁ HÁ um camisola amarela. Ainda por cima… um homem talhado para as chegadas ao sprint.

Se fosse uma prova de cinco dias e só com portugueses, eu não teria a menor dúvida de que ninguém ia mexer uma palha em caso de concretização de uma fuga.

Nas equipas portuguesas ainda sobressai o “não fui eu que perdi, foste tu que não ganhaste!”.
Mas atenção, estamos a falar da Volta a Portugal.
E traduzamos isto tudo para um grande – enorme – tabuleiro de xadrez.
Só vai ganhar quem, daqui a 11 dias, fizer xeque-mate.

O problema é mesmo a mentalidade.

A DUJA-Tavira tem, com toda a propriedede, intenção de ganhar a Volta.

É apenas a primeira etapa, é certo, mas cada passo em falso virá a ter a sua factura.

Se acontecer – o que é mais do que certo – uma fuga, será que alguém vai ajudar a formação algarvia a tentar controlar a corrida?
A razão diz que sim.

A LA-MSS-Maia tem um dos seus trunfos para a vitória final a apenas dois segundos.

Vai defende-los ou esperar que o Benfica – claro, o Benfica! – assuma a corrida desde a saída de Portimão?

A Riberalves-Boavista, que tem o no seu grupo o corredor com mais vitórias individuais este ano e outro que é o quarto na classificado na geral, vai ajudar a DUJA-Tavira no caso de uma mais que previsível fuga?

Ou vão todos esperar para ver no que dá?
E a Liberty Seguros? Vai ajudar?
O Cândido Barbosa, mesmo que ganhe em Beja não chega à camisola amarela – assumindo como o mais provável que Martin Garrido estará sempre por perto porque é o único da sua equipa que não terá que se “render” à obrigatoriedade de se poupar.
E quem é que vai ficar atento aos estrangeiros?

Para hoje, e tendo em conta o ciclismo que se pratica em Portugal - é uma crítica, sim senhor -, a solução que mais conviria era a de que… não houvesse fugas.

Não para além do minuto, minuto e poucos. Isto de forma a que a resposta, na parte final, não “soubesse” a colaboração, mas sim a interesses muito próprios.
É que os portugueses nunca gostaram muito de colaborar uns com os outros.

Mas como, de facto, há ali uma zona cinzenta, a partir da qual tudo pode acontecer… pode ser que se dê o milagre.
A Volta é curta. Extremamente curta.
Não dá para… dar baldas. Nem na primeira etapa.

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