759.ª etapa

SÓ DUAS OU TRÊS NOTAS SOLTAS...

A primeira...

... para o facto de os jovens estarem a marcar fortemente este início de Volta.

Não só o Tiago Machado (Riberalves-Boavista), o mais sério candidato ao Prémio da Juventude - que o ano passado só perdeu na última etapa (terá sido por isso que ele treinou para este ano, muito a sério, diga-se de passagem, os contra-relógios?) -, mas também para Celestino Pinho (Barbot-Halcon), em fuga nas duas primeiras etapas e que se encontra no segundo lugar entre os melhores trepadores, com os mesmos pontos de outro jovem, Oleg Chuzhda (Fuerteventura-Canárias), de apenas 22 anos. E o Francisco José Pacheco (Barbot-Halcon) também cabe nesta secção... tal como Paride Grillo (Ceramica Panaria).

E, pelo menos nos primeiros dois terços da etapa de amanhã, atenção a John-Lee Augustyn (Barloworld).

A segunda...

... para as confusões com as camisolas. O equipamento das diversas equipas tem de ser aprovado pela UCI, mas parece que quem teria de o fazer assina de letra. Sem olhar para os croquis.

Já não digo que impliquem com o laranja da Panaria, em relação ao da Madeinox-Bric-Loulé. Não sendo impossível prever que se iriam juntar no mesmo pelotão, também já não pedia tanto, mas a palete de cores é infindável! Contudo, por exemplo, entre o da equipa de Loulé e o da Fercasa-Rota dos Móveis, não deviam ter indicado uma sujestão diferente?

E a quantidade de vermelhão que há no pelotão internacional?

Cofidis, Barloworld, Relax e... Benfica! Pelo menos...

Mas o caso mais flagrante é o da Saunier Duval. Quando a maioria das corridas tem como símbolo de líder a Camisola Amarela devia a UCI ser um pouco mais exigente em relação a todos os amarelos que aparecem como proposta de equipamento.

Curiosamente, foi este ano aberto um precedente inédito no Tour. Permitir as camisolas amarelas da equipa cantábrica. Todos estarão recordados que a própria ONCE era obrigada a mudar de equipamento para que o seu amarelo não se confundisse com a camisola do líder. E a ONCE sempre correu de rosa, e até de preto, no Tour.

Na Volta a Portugal, para além do Vitória-ASC, que já chegava para confundir, ainda temos os do do ar-condicionado!...

E quando, por exemplo, nas imagens aéreas, vemos uma mancha vermelha ficamos sem saber se é o Benfica, a Relax ou a Barloworld.

Os regulamentos particulares também servem para isso.

E porque é que a Organização mudou a camisola da montanha de azul para verde este ano? Porque temos três equipas a equipas de azul no pelotão nacional. Se bem que o azul da DUJA-Tavira não se confunda.

Finalmente...

à partida da primeira etapa foi observado um minuto de silêncio por toda a caravana em memória dos recém falecidos Ryan Cox (corredor da Barloworld) e Bruno Santos, jornalista de A BOLA. Mas também de João Carlos Garcia que, desde 1995 era presença habitual na Volta, dando voz às reportagens da Antena 1. De registar a sensibilidade da PAD/LagosSports. Contudo só soube que se tinham lembrado do João Carlos por uma pequena nota em O Jogo. Não tinha ficado mal a ninguém ter escrito duas linhas a este propósito.

O caso de maior frieza, a este respeito, é-nos dado pelo Record. Nem uma linha até agora sobre o falecimento de Bruno Santos. É - continuará sempre a ser - um símbolo de A BOLA, mas não quero crer que tenha sido por isso. O que piora ainda mais a situação.

Na estrada nunca tive adversário, muito menos inimigos. E, quem naquela casa já fez a Volta deve saber que isso não existe no Ciclismo. Teremos, é evidente, que preservar algumas informações, mas a solidariedade entre profissionais do mesmo ofício é uma imagem de marca do Ciclismo. Mesmo entre os Jornalistas.

Os que estão no campo.

Mas quem manda é quem está no bem-bom das redacções...