quinta-feira, agosto 02, 2007

736.ª etapa


CADA UMA DAS IMAGENS
VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

A página 40 da edição de hoje de A BOLA deveria ser cuidadosamente recortada, plastificada e distribuída por cada uma das escolas de ciclismo; diria mais… por todos os clubes com formação.
Depois de os miúdos – no primeiro caso – já largarem as mãos, já serem capazes de contornar os pinos e se fazer sprints, perguntar-se-ia a cada um deles se tinha como objectivo vir mesmo um dia a tornar-se profissional. Provavelmente todos diriam que sim, também não faz mal.
E, antes de começar a introduzi-los nos aspectos mais técnicos e tácticos, dava-lhes esta mesma página para que a lessem com cuidado. Que a levassem para casa e a relessem.
E pensassem conscientemente em toda a informação que ela traz.

Claro que muitos dos homens de boa vontade – não sou eu a negar-lhes esse epíteto – que, à custa de muito dinheiro que tiram dos seus próprios bolsos mantêm equipas de ciclismo jovem seriam, também eles, “obrigados” ao mesmo exercício.

Talvez não se erradicasse o doping no Ciclismo em dois anos, como – agora cheio de fé – diz o senhor Patrick McQuaid, mas se daqui a dez anos os casos não fossem mais do que residuais (não acredito na limpeza total) já seria uma grande vitória.
Graças a esta página 40 da edição de hoje de A BOLA.
.
Não é uma ideia original – o Le Monde publicou um trabalho ainda mais desenvolvido (seis páginas, na internet) em Setembro do ano passado – mas não deixa de ser um trabalho extremamente didáctico.

E diz mais do que uma dúzia de prelecções.

O doping, mais do que uma prática fraudulenta, que visa levar os atletas além das suas capacidades naturais e com isso conseguir resultados, que atingiria, provavelmente trabalhando mais e melhor porque as qualidades já estão nos genes do próprio atleta – bem que me podiam injectar um caixote de Eritropoietina e substituir-me os cinco litros de sangue todos os dias antes do pequeno almoço que eu não subia sequer a Rua do Alecrim até ao Camões, nem por “etapas” –, o doping, escrevia eu… MATA.
E se a profissão de Corredor, só por si, já o é de risco, não faz sentido potenciar esse risco.

Era isso que devia ser explicado, desde muito jovens, aos candidatos a profissionais.

E por isso, sendo apenas redutora, no contexto em que é apresentada, esta página 40 da edição de hoje de A BOLA podia tornar-se num objecto… didáctico.

É apenas uma estatística, mas também já fez correr muita tinta. Reparem como nos últimos 50 e poucos anos os grandes heróis, vencedores de edições do Tour começaram a morrer quando ainda teriam mais, pelo menos, dez anos de vida previsível. Ainda por cima tendo sido grandes atletas!

Não foi só das quedas e do esforço que se desgastaram prematuramente…

Sem comentários: